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Universidades Interculturais: Possibilidades, potencialidades e limites. Como fazer uma UFG intercultural?

Nos próximos dias 13 e 14 de novembro acontecerá o evento Universidades interculturais, Conheça, mais sobre a proposta do evento e participe!

O evento busca propor a interculturalidade crítica como eixo para se pensar as instituições educativas no país, assim como postula o relatório da UNESCO, Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação (2021), algumas legislações nacionais, como Programa Setorial de Educação do México (2020-2024), de maneira tímida, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no Brasil (1996) e muitos projetos educativos em distintos territórios. Partimos do pressuposto de que a noção e a prática da interculturalidade deve ser central para todas as instituições e formações, e não restrita a um modelo de educação. Iniciamos aqui a elaboração de uma proposta de interculturalidade como eixo para a Universidade Federal de Goiás. 

As universidades no Brasil, entre outras instituições, são convencionalmente baseadas em um modelo elitista e excludente, de caráter monoepistêmico, que impõe de maneira unívoca a língua hegemônica, o registro escrito, o uso de gêneros textuais específicos e um arcabouço disciplinar. Esses elementos, entre outros, permeiam os processos de ensino e aprendizagem, reforçam certos afetos (enquanto evitam outros) e se baseiam em um único modo de ser/fazer, consolidado por meio de um método de investigação que, entre outras coisas, hierarquiza pessoas, categorizando algumas delas como objetos. 

Esse processo gera violência epistêmica e sofrimento psíquico, razão para a evasão estudantil, apoiando processos de epistemicídios vinculados Ts colonialidades do ser, saber e poder. Simultaneamente e de forma intencional, uma vasta pluralidade de conhecimentos e práticas, bem como uma rica e complexa variedade de modos de existência, são desconsiderados, invisibilizados ou folclorizados em espaços institucionais, aparecendo ocasionalmente de maneira estereotipada e periférica.

Ao privilegiar uma única matriz epistemológica eurocentrada, as instituições mantêm o status quo social, garantindo a reprodução de relações de poder históricas, baseadas em uma falsa noção hierárquica que sustenta um modelo societário violento e desigual. Ao mesmo tempo, empobrece, limita e reduz os processos de produção de conhecimento que poderiam (e podem) ser inovadores e essenciais para o país, promovendo por exemplo, novas políticas para a sustentabilidade, o desenvolvimento e a justiça social, em vez de serem apenas uma "imitação desconectada" de outros contextos. 

O que se propõe pensar neste evento é a possibilidade de uma abordagem intercultural nas universidades, em que a sistematização e valorização dos conhecimentos ancestrais sejam viáveis. Por meio da articulação de saberes, é possível promover a produção inovadora de conhecimentos interculturais, pautados em múltiplas matrizes epistemológicas, que dão sustentação a novas bases epistêmicas para se pensar o ensino, pesquisa, extensão, instituições educativas, outras formas de governança, a democracia e a sustentabilidade. 

 

13 de novembro de 2024 

14 h – 17 h 

Visita de escolas indígenas ao Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena (NTFSI) Local: Núcleo T akinahaky de Formação Superior Indígena (NTFSI) 

Contação de histórias  

Apresentação da Revista Pihhy 

Coordenação: Prof. José Alecrim e Profa. Dra. Mirna Kambeba Yeté Omágua Anaquiri 

14 de novembro de 2024 

Local: Auditório da Biblioteca Central, Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, Goiânia, Goiás, Brasil. Transmissão ao vivo pelo canal da Associação Latino americana de Antropologia (ALA) e do Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena (NTFSI) 

Organização: Prof. Dr. Alexandre Herbetta, Prof. Dr. Elias Nazareno, Prof. Ms. Gilson Tenywaawi Tapirapé

8 h – 11 h 

Abertura e Apresentação da Revista Pihhy: Profa. Dra. Naine Terena, Prof. Dr.  Alexandre Herbetta, Prof. Dr. Elias Nazareno, Prof. Ms. Gilson Tenywaawi  Tapirapé, Profa. Dra. Natalia Brizuela (Centro de Estudos Latino-americanos  e Caribenhos, Universidade de Califórnia, Berkeley), Prof. Sinvaldo Wahuwa,  Prof. José Cohxyj Krikati e autoridades. 

Mesa-redonda 

“Possibilidades de uma universidade intercultural no Brasil” 

Convidadxs: Prof. Dr. Bruno Kaingang (UFRGS/Brasil) e Prof. Dr. Stefano Sartorello (Universidad Iberoamericana/México) 

Mediação: Prof. Ms. Gilson Tenywaawi Tapirapé e Prof. Gregório Huhte Esta mesa apresentará experiências e reflexões estabelecidas em outros territórios, que tratam da problematização de instituições educativas, refletindo sobre e a partir de outras epistemologias, assim como propõe outros modelos educativos, pautados na interculturalidade crítica. 

14 h – 17 h “Outras possibilidades institucionais, outras epistemologias” Convidadxs: Prof. Dr. Edson Kayapó (IFBA/Brasil) e Profa. Dra. Gurminder K. Bhambra (Sussex University/Reino Unido) 

Mediação: Prof. Ms. Gilson Tenywaawi Tapirapé e Prof. Gregório Huhte Krahô Esta mesa-redonda trata da importância fundamental da valorização de outras tradições epistemológicas e da articulação de conhecimentos pluriepistêmicos para a real democratização das instituições brasileiras, por meio da problematização da Modernidade/Colonialidade. Desta forma, propõe a reflexão acerca das teorias sociais contemporâneas, assim como aborda os intensos e regulares processos de violência epistêmica ainda presentes em espaços de conhecimento vinculados ao Estado. 

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