
ACONTECEU: I ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS NA UNB
O I Encontro Nacional dos Estudantes das Ciências Ambientais (I ENECAMB – UnB 2013) foi realizado entre os dias 20 a 25 de março no Campus Darcy Ribeiro, na UnB, em favor da defesa do desenvolvimento baseado em valores humanos.
O evento contou em sua abertura com a presença ilustre de dois convidados especiais, Marina Silva, atualmente na caravana de criação da Rede Sustentabilidade e Marcelo Dourado, diretor da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste, foram enfáticos na análise da crise sócio ambiental do país e do mundo usando argumentos que coincidiram em um foco principal: trata-se de uma crise de valores. Os dois palestrantes ainda concordaram com um alerta para o risco de uma prática que Marina qualificou como "ética de circunstancia" e Marcelo de "negociação de princípios". Ambos estabeleceram a diferença entre uma intervenção clínica dos problemas, para transformá-los, e a postura cínica que adia as questões para atender a interesses menores contra o bem comum.
Cidadania digital
Marina Silva fez um corte histórico no "colapso do modelo de civilização" e ressaltou que "em uma crise de dimensões planetárias não há para onde correr: a própria humanidade precisa enfrentar e resolver". Caracterizou o momento como "de emergência" e a questão climática como decisiva. "Trata-se de uma crise de múltiplas crises", disse Marina. Marcelo reforçou a importância da atitude do indivíduo como decisiva na construção coletiva: "não abandone seus sonhos, mude pelo fazer, sem omissão", disse. Marina enfatizou também esse aspecto ao refletir sobre a corrupção como um "problema de todos": "Não há como esperar, é agir. Precisamos sair da queixa pela queixa". Citou a questão das assinaturas em petições públicas que são tratadas como se "não valessem nada" e sugeriu uma campanha para o cidadão ter a uma "assinatura digital validada", como por exemplo, os governantes têm e certificam documentos. Os dois palestrantes tiveram o cuidado especial de não passar um quadro alarmista que gera impotência a um público "tão cheio de esperança" como disse Marina. "O quadro terrível das forças contra a Vida só nos incita e desafia para buscarmos soluções possíveis e criativas" disse Marcelo. "Não sou otimista, nem pessimista. Sou persistente", concluiu Marina.
A busca de alternativas
Marcelo Dourado apresentou os projetos da Sudeco que adotam estratégias de sustentabilidade para a região Centro-Oeste. Ressaltou a luta para a implantação do trem e a construção de uma fábrica de trilhos para o DF, demonstrando que a região estará "paralisada em 2020 pela obstrução da mobilidade rodoviária". Comparou a Russia que tem 81% de cobertura por malha ferroviária com o Brasil com apenas 25%. Destacou ainda a fábrica de células voltaicas para redefinir novas matrizes energéticas e a criação de unidades domésticas de produção de uma energia limpa o início do apoio a efetiva implantação do carro elétrico no país. Na área social demonstrou o "protagonismo da mulher em projetos da Sudeco" caracterizado no Mulheres na Construção (qualificação de mão de obra) e o Reeducando para Liberdade, para mulheres privadas de liberdade. "A mulher tem compromisso extraordinário com o bem cuidado e entrega dedicada no cumprimento das tarefas, além do vínculo profundo com a família", justificou.
O Encontro
Os estudantes lutam por reconhecimento dos diversos cursos em Universidades brasileiras assim como a própria formatação desses cursos. Esta primeira reunião nacional é vista como passo histórico na construção do próprio conceito de Ciência Ambiental que tem óbvia relação com a transdiciplinaridade e dialoga com inúmeras disciplinas e faculdades. Essa visão global de sistemas integrados é pioneira e, em alguns casos, enfrenta reações e dificuldades na relação com estruturas acadêmicas arraigadas, segundo os diversos relatos iniciais dos representantes de alguns dos 15 estados presentes.
Dentre as várias atividades da programação deste primeiro encontro, duas foram de fundamental importância para esta inovadora graduação, a mesa “O Cientista Ambiental: Perspectivas de Formação” teve a presença de cinco coordenadores (as) de curso de cada região do país, que puderam explanar aos estudantes as diferentes concepções do bacharel bem como o papel socioambiental dos futuros ambientalistas, já na Entrevista com Rubens Martins (SERES/MEC) foi explicada a atuação da instituição na regulamentação dos profissionais egressos em Ciências Ambientais através do reconhecimento dos cursos por todo o país. As visitas da equipe de avaliadores do MEC já estão sendo agendadas para acontecer ao longo deste ano em todas as universidades que ofertam a graduação.
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[VÍDEO] “O CIENTISTA AMBIENTAL: PERSPECTIVAS DE FORMAÇÃO”
[VÍDEO] “REGULAMENTAÇÃO DO CIENTISTA AMBIENTAL”
O I Encontro Nacional dos Estudantes de Ciências Ambientais dispõe ainda de atividades lúdicas como ecoturismo, práticas de mentalização e abordagens práticas transdisciplinares em educação ambiental que ocorreram durante os dias 24 e 25 de março no Parque Nacional Chapadas dos Veadeiros na cidade de Alto Paraíso de Goiás.
O diretor Superintendência do Desenvolvimento do Centro Oeste, Marcelo Dourado abriu a sua palestra com a leitura da Eco Oração de São Jorge, feita para a Rio+20, Galpão da Cidadania, criada por TT Catalão e o artista plástico Zé Ricardo do Recife, que foi muito bem recebida pelos estudantes.
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Fonte: C.A de Ciências Ambientais